Abbaye des Rocs Brune

Produzida porBrasserie de l’Abbaye des Rocs(Bélgica)
Estilo:Belgian Strong Ale
Álc/vol:9%

A cervejaria Abbaye des Rocs situa-se na pequena e pitoresca vila belga de Montignies-sur-Roc. Todas as suas cervejas são são de dupla fermentação e a água utilizada é de poço, retirada do subsolo rochoso da área.



Abbaye des Rocs Brune


A cervejaria Abbaye des Rocs situa-se na pequena e pitoresca vila belga de Montignies-sur-Roc. Todas as suas cervejas são  de dupla fermentação - isto é, refermentadas em garrafa - e de puro malte, o que quer dizer que não é adicionado açúcar ou outro tipo de ingrediente com impacto na estrutura da cerveja. A água utilizada é de poço, retirada do subsolo rochoso da área.

A adição de açúcar é prática comum nos estilos belgas de cerveja e não tem nada de mal, antes pelo contrário, é muito útil porque permite obter características que de outra forma seriam praticamente impossíveis. O facto de não ser utilizado açúcar em cervejas de alto teor alcoólico é um bom indicador de que são cervejas muito ricas. Penso que é essa qualidade que a cervejaria pretende transmitir.

Não é uma cervejaria muito antiga como muitas outras cervejarias famosas da Bélgica, já que a produção de cerveja teve início “apenas” em 1979.

A Brune tem uma cor castanha escura que se transforma num bonito vermelho quando exposta à luz. As impurezas a boiar denunciam claramente a não filtragem e refermentação em garrafa. A espuma é bege e com um volume moderado.

O aroma é muito rico e adocicado e remete-nos para vinhos fortificados como o vinho de Porto. É uma mistura de aromas que lembram ameixa seca, passas e outros frutos negros, e com o muito desejado “tempero” da levedura belga. Muito agradável e convidativo.

O sabor é muito rico a malte doce, mas também conta com um nível de amargor significativo que traz um equilíbrio muito bom à cerveja.  Tem sabores complexo e como no aroma a comparação a um vinho fortificado é inevitável. Começa bastante doce, mas sente-se progressivamente o amargor do lúpulo, que traz o equilíbrio de volta. Até terminar ocorre uma mistura de doce e amargo que lutam pelo destaque. O amargor ganha inicialmente e compensa o doce do malte, mas no final fica um ligeiro sabor adocicado na boca que é muito agradável. Tem apontamentos de caramelo, frutos escuros, alguma madeira. O sabor a álcool é óbvio, mas não exagerado e funde-se com os restantes sabores de forma harmoniosa.

Depois de escrever as minhas notas sobre esta cerveja achei curioso descobrir que o produtor também refere a “luta” entre o amargor e o doce. Em alguns estilos pretende-se um sabor mais ou menos constante ou previsível, mas em muitas das cervejas mais complexas é muito interessante pensar sobre estas nuances que ocorrem durante a degustação, por vezes apenas por um instante.

Excelente cerveja, de classe mundial. O difícil é não gostar, digo eu.

 



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