Westvleteren 8
Depois da famosa e frequentemente considerada “melhor cerveja do mundo” Westvleteren 12 (a primeira cerveja sobre qual escrevi no Cerveja e Tremoço) e da irmã mais leve Westvleteren Blond, chegou a vez de eu experimentar a “do meio”, a Westvleteren 8.
Depois da famosa e frequentemente considerada “melhor cerveja do mundo” Westvleteren 12 (a primeira cerveja sobre qual escrevi no Cerveja e Tremoço) e da irmã mais leve Westvleteren Blond, decidi finalmente experimentar a última cerveja da marca que me faltava, e que estava há algum tempo na minha garrafeira. Trata-se da Westvleteren 8, que é como quem diz “a irmã do meio”.
Quem leu as minhas notas sobre as outras duas cervejas, já terá percebido que até ao momento não fiquei especialmente fã da Westvleteren. Veremos esta “8”…
Tem uma cor castanha escura, com muito sedimento a boiar. Espuma cremosa, bege, com um volume inicialmente elevado.
Aroma suave e malte, com notas de figos e passas e um aroma bem definido a amêndoa (depois de aquecer um pouco).
No sabor há uma boa correspondência com o aroma. Tem um sabor adocicado que é mitigado por um sabor a álcool relevante e algum amargor. Aliás, o álcool e amargor do lúpulo retiram muito do protagonismo dos restantes sabores e a cerveja parece perder alguma complexidade. A levedura também contribui com alguns dos sabores típicos em cervejas belgas deste género, mas são relativamente contidos. Tal como no aroma, surge um sabor interessante a amêndoa, mas apenas quando a cerveja aquece significativamente. A carbonatação é generosa, como é habitual em cervejas belgas deste tipo. Termina com um misto de malte, amargor e álcool.
Não recomendo beber esta cerveja muito fria. Apenas quando sobe alguns graus é que surgem alguns dos sabores mais interessantes e é alcançado um certo equilíbrio. Quando está demasiado fria, o sabor a álcool e amargor parecem dominar e perde-se grande parte da complexidade.
É inegável que se trata de uma cerveja interessante, mas, tal como as suas “irmãs”, está longe de entrar para a minha lista de preferências para o estilo. Tento julgar as Westvleteren com mente aberta, mas sempre que bebo uma, fico um certo sentimento de desilusão. O lado romântico e misterioso das Westvleteren elevaram a marca a um estatuto especial no mundo das cervejas, mas continuo a achar que há cervejas muitíssimo mais interessantes. É tudo uma questão de gosto, claro, e eu apenas posso falar do meu.