Oitava Colina Urraca Vendaval
"8ª Colina" refere-se à Colina da Graça, em Lisboa, onde a cerveja é produzida. Esta colina terá sido ignorada pelo Frei Nicolau de Oliveira quando no século XVII nomeou Lisboa como a "Cidade das Sete Colinas"."
“8ª Colina” refere-se à Colina da Graça, em Lisboa, onde a cerveja é produzida. Esta colina terá sido ignorada pelo Frei Nicolau de Oliveira quando no século XVII nomeou Lisboa como a “Cidade das Sete Colinas”, numa tentativa pretensiosa de criar um paralelismo com a cidade de Roma, conhecida pelas sete colinas que rodeavam a sua comunidade primitiva.
Tendo em conta algumas opiniões que li, a Urraca Vendaval parece ser frequentemente considerada como uma das melhores IPA produzida em Portugal neste momento. O gosto é muito subjectivo e não me farto de o dizer, mas há ainda poucas IPA produzidas em Portugal, por isso não estranho que alguma tenha o mérito de destacar-se e tornar-se a preferida de muitos consumidores.
Tem uma cor alaranjada/âmbar, turva (não filtrada), com espuma cremosa e persistente que deixa um agradável rendilhado no copo. O aroma é muito frutado, uma mescla de citrinos e frutos tropicais em que destaco o maracujá e toranja. Na boca é encorpada, também muito frutada e sumarenta, com um amargor forte mas que chega e parte com relativa suavidade. O malte é remetido para um segundo plano, como seria de esperar, mas não deixa de contribuir com um leve sabor adocicado. O álcool é subtil. Termina com um amargor forte, bastante cítrico, de duração moderada.
É certamente uma das IPA portuguesas mais saborosa que bebi, se não a mais saborosa. Não é revolucionária, nem tem de o ser, mas faz um bom uso das variedades de lúpulo norte-americano que são invariavelmente (e inevitavelmente?) associadas a este estilo de cerveja. Mais do que isso, mostra que a intensidade de lúpulo não tem de ser necessariamente sinónimo de agressividade ou adstringência, o que me agrada pessoalmente. Recomendo.